segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Pai e filhos

Desde que aqui chegamos me chama muito a atenção à participação ativas dos pais na vida dos filhos.
Não que no Brasil os homens não participem... acho que participam sim, mas não tanto quanto os suiços.
Uma brasileira com a qual conversei sobre esse assunto disse que sou doida e que no Brasil é igual a eles aqui... mas realmente não consigo ver isso. E até perguntei... vc imagina seu marido saindo de casa pra levar seu bebê de 2 meses pra tomar sol no parque? E que ele o leve de ônibus, dê mamadeira, troque a fralda, e troque idéia com outro pai sobre mamadeiras, chupetas... enfim... pense bem... vc vê isso toda hora??? Em Brasília eu realmente não via com frequencia... pode ser que tenha...é claro, mas que isso não é tão frequente quanto aqui... ah...não mesmo.

Já vi pai doido dentro do ônibus cuidando de 3. Hehehe e um deles era tão bebêzinho que não sei como a doida da mãe permitiu que ele ficasse assim na rua com o pai e mais 2 irmãos pequenos. Hehehe... Tinham mais ou menos 3 meses, outro de 1 ano e outro de no máximo 3. Uma loucura!
Não sei... acho que a maioria das latinas, preferimos manter os filhotes debaixo de nossos olhos, sempre atentos. E aqui... se vira querido!
Crianças aqui são também mais independentes... até meio exagerado. Elas fazem quase tudo sozinhas desde muito pequenas e não tente ajudá-las... os pais ficam irados.
Elas caem e ninguém grita: "Ai meu Deus... machucou?!"... aqui a criança cai e é basicamente ignorada por todos e quando não é ignorada... todos certamente estão rindo. Qual a reação natural da criança???...chorar??? Que nada!!! Elas levantam e seguem em frente... nada de susto, nada de traumas... só assim aprendem, é o que dizem.
Elas aprenderão até aonde podem ir.... indo. Caiu... levanta, chorar pra que? Charme, pra ganhar beijo?!?!?! Aqui não rola...

Sei lá... é mais fácil na teoria... na prática... veremos um dia. Quando tivermos os nossos veremos o que teremos coragem de fazer, ou não. Esse excesso de independencia é meio complicado de aceitar... só de imaginar meu marido dentro de um ônibus com um bebê de 2meses, um carrinho, uma bolsa de fraldas, lenços, mamadeiras e ainda uma mochila... indo tomar sol num parque... me dá aflição. Rs...
Ficar em casa...tudo bem... mas na rua?!?! Huuuuummmm.... veremos!!!

Já aprendi a lição... criança de 2 anos dentro de ônibus se matando pra se segurar ou mesmo para subir no ônibus, não ajude JAMAIS!!! Afinal... a mãe ou pai estão apenas tentando educar a criança... da maneira deles. Criança caindo do ônibus... pode ignorar tb... elas vão levantar e nem darão um pio. São completamente diferentes as reações.
Me dá uma dó...

Certo dia tentei ajudar um menininho a sentar no banco... que dava quase 2 dele e a mãe não gostou muito e me disse: "Se vc ajudar ele nunca aprenderá a subir sozinho." Foi mal tia... mas ele só conseguirá subir no banco daqui a pelo menos 1 ano... o coitadinho vai ficar esse tempo da viagem toda de pé?! Lóóóóóógico que não disse nada!!! Rs...
Fiz uma carinha de feliz e sai de perto. =)
É cada doido!

Educar filhos... não deve ser tarefa nada fácil.

3 comentários:

Flávia disse...

Eu admiro o jeito que os pais tratam as crianças daqui. Não sei se vou conseguir ser assim tão consciente e deixar meu filho de 5 ou 6 anos pegar trem sozinho (!!!), mas quero muito essa educação livre de HISTERIAS. Infelizmente no Brasil, principalmente em cidades grandes, eu vejo pais e mães muito histéricos e acho muito triste isso (acho que a violência é a maior responsável - os pais querem criar estátuas e esquecem de ensinar a criança ser responsável por seus atos - daí vemos crianças com mais de 20 anos de idade!). Bom, também é verdade que é bem mais cômodo trancar a criança em casa e fazer as coisas por ela do que ficar ensinando, né? Ainda mais num país violento.
Abraços. :D

Prof. Zé Paulo disse...

Descobri que meus pais, no quesito educação, foram suíços comigo.

Carol, Ênio e Leila disse...

Sei não.rs Tem hora que tanto desapego parece até um pouco de falta de amor.
Você não vai ser uma mãe suíça não. rs Te sobra carinho, alegria e açúcar. E, para mim, uma das funções de uma boa mãe, é adoçar a vida dos filhos.